Esta doença geralmente ocorre em animais de idade avançada devido ao desgaste dos rins com o decorrer do tempo, ou graças a certas doenças.
Quando os rins estão a falhar não são capazes de reter líquidos de maneira eficiente, o que acarreta em um aumento na quantidade de urina. Por outra parte não conseguem eliminar ao todo as toxinas, que se acumulam e produzem os sintomas da perda excessiva de pelo, diminuição do apetite, vômitos, úlceras nas gengivas e no trato gastrointestinal, etc.
A insuficiência renal crônica é progressiva, isto é, que se manifesta clinicamente, os rins continuam a se deteriorar. Entretanto demostrou-se que por meio da dieta é possível abrandar o avance da doença e ajudar a conservar a função renal. Essas mudanças favoráveis alcançam-se adequando a alimentação, por meio da modificação das proteínas, do fósforo, dos lipídeos e a energia da dieta.
Durante muitos anos foi incentivada a restrição de proteínas na dieta como uma validação à aparição ou à diminuição do avanço da doença renal crónica. Entretanto recentemente estabeleceu-se que isso não funciona dessa maneira. A quantidade de proteínas na dieta não incide na velocidade com que se progride a destruição dos neurônios, inclusive uma restrição severa altera a resposta imunológica e a resistência às infecções, provoca anemia e atrofia muscular. Por outro lado, os gatos não toleram uma dieta pobre em proteínas. Mas é necessário sim moderar a contribuição de proteínas para limitar a formação de excretas nitrogenada (que são medidas por meio da uremia), que são as causantes dos sinais clínicos mencionados. Logo, o nível de proteínas deve estar entre 15 e 28% para casos moderados e entre 5 e 15% para casos severos, adotando a quantidade que mantenha a uremia em valores aceitáveis e cumpra as necessidades nutricionais do animal. As proteínas devem ser de alta qualidade para que se assimilem por completo (ovos, lacticínios e carnes magras).
A energia de fontes não proteicas no alimento deve ser o suficiente para cumprir as necessidades básicas do animal. Desta maneira evita-se a degradação das proteínas para gerar energia e se limita a produção de excretas tóxicas. As fontes de energia adequadas são os hidratos carbono e as gorduras, estas últimas também melhoram o sabor da comida, o que é muito útil no caso de animais com apetite reduzido.
É importante monitorar regularmente a concentração de uremia e fosfatemia para fazer as mudanças necessárias na alimentação ao longo da insuficiência renal crônica.
Existem alimentos balanceados de boa qualidade que foram formulados especialmente para animais com insuficiência renal. Podes escolher junto ao teu veterinário um deles para teu animal de estimação ou preparar uma dieta caseira. Esta normalmente é mais aceita por animais com o apetite reduzido, porém dá mais trabalho para ser preparada e para comprar os ingredientes necessários.
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