Se és um amante dos répteis e estás a pensar adotar uma serpente como animal de estimação, primeiro deves conhecer alguns aspectos básicos sobre a sua anatomia. Neste post encontrarás informação que será de grande utilidade para perceber melhor como funcionam os principais órgãos das serpentes.
1. Anatomia básica das serpentes
As serpentes têm um corpo muito comprido, sem extremidades, onde se encontram os órgãos de todos os sistemas. Os órgãos das serpentes estão adaptados para cumprir duas funções vitais básicas: facilitar a digestão de grandes peças e deslocar-se. Estes animais têm uma inteligência intermédia entre os peixes e os mamíferos. Adaptam-se muito bem à vida em cativeiro, algumas espécies podem chegar a ser bastante dóceis e respondem bem aos cuidados dos seus donos.
2. O sistema músculo-esquelético das serpentes
O esqueleto das serpentes é muito ligeiro e tem uma grande flexibilidade. A coluna vertebral percorre todo o corpo e quase todas as vértebras por diante da cloaca têm um par de costelas, que podem chegar até superar as 300. O crâneo e a mandíbula têm uma articulação que pode deslocar-se para permitir a passagem de presas maiores que a própria cabeça da serpente, sem necessidade de mastigar.
3. O sistema digestivo das serpentes
Na maioria das espécies de serpentes existem 6 filas de dentes, uma em cada lado da mandíbula e 2 em cada lado do maxilar. Estes dentes irão substituindo-se ao longo de toda a vida da serpente. Em algumas víboras os caninos dobram-se para trás quando fecha a boca. As glândulas do veneno (quando existem) são glândulas salivares modificadas e as víboras podem controlar a quantidade de veneno que injetam numa presa ou inimigo.
A língua cumpre funções olfativas, por isso se uma serpente a perdesse poderia negar-se a comer. O sistema digestivo é bastante simples e costuma consistir num tubo quase linear entre a boca e a cloaca, embora tenha órgãos diferenciados. O intestino não tem uma musculatura desenvolvida, já que é muito distensível e a comida é propulsionada pela musculatura axial. No final do intestino das serpentes encontram-se a cloaca, onde confluem os sistemas genital, urinário e digestivo.
4. O sistema respiratório das serpentes
Muitas serpentes têm apenas um pulmão e se tiverem dois, o esquerdo é bastante menor. O pulmão direito vai desde o coração até atrás do rim e, pelo geral, a parte anterior é vascularizada para oxigenar o sangue e a parte posterior funciona como um saco aéreo.
5. O sistema genito-urinário das serpentes
As serpentes contam com dois rins, o direito situado por diante do esquerdo. Estes animais não têm bexiga, pelo que os ureteres acabam no urodelo. O rim posterior segrega um líquido seminal nos machos durante a temporada reprodutiva. Os machos têm dois hemipênis na base ventral da cauda, tal como os lagartos. Os testículos encontram-se dentro do abdômen e aumentam na época reprodutiva.
6. O sistema sensorial das serpentes
As pálpebras das serpentes encontram-se fusionadas e formam uma membrana transparente que recobre os olhos. As serpentes podem perceber vibrações do chão e sons de baixa frequência. A jiboia, a pitão e a cascavel têm receptores especiais de infravermelhos que detectam mudanças muito sutis de temperatura e servem de ajuda para se orientarem e encontrar comida.
7. A pele das serpentes
As serpentes crescem mediante a muda da sua pele e, pelo geral, mudam-na numa única peça. Um exemplar saudável em crescimento pode mudar uma vez por mês. Durante os dias prévios à muda as serpentes adquirem uma cor azulada opaca (em especial a membrana especular sobre os olhos), já que entre as camadas novas e velhas de pele deposita-se líquido linfático. É muito importante manter uma humidade ambiental adequada para facilitar este processo.
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