Doenças da pele em gatos

Os parasitas externos em gatos são, em muitas ocasiões, os responsáveis dos problemas de pele. A seguir poderás conhecer os principais parasitas que afetam os felinos.

Pulgas

Os parasitas da pele mais comuns são as pulgas. Há uma espécie de pulgas próprias dos gatos (Ctenocephalides felis) e preferem alimentar-se do sangue destes, mas podem infectar também cães e pessoas se não houver um gato perto.

A pulga é um inseto que vive sobre o corpo do gato e se alimenta do seu sangue. São causantes frequentes das doenças da pele nos gatos. Colocam os seus ovos sobre o animal, mas não os fixam e quando o gato se movimenta, estes caem ao chão. As larvas que nascem se alimentam de restos orgânicos e matéria fecal de pulgas que encontram no ambiente. Após um mês se fecham num casulo para transformar-se em adultas. Podem permanecer assim uns poucos dias ou vários meses em épocas adversas, pois estão protegidas, até mesmo contra os inseticidas. O risco de contágio está dado mais pelos adultos recém-saídos do casulo do que pelos que já vivem no corpo do gato.

Muitos gatos toleram bastante bem a presença de pulgas, mas alguns têm alergia que se manifesta com muita comichão e arranhões, o que pode gerar feridas com as suas unhas. Esta doença da pele nos gatos produz crostas e pápulas sobre o pescoço e as costas. As pulgas, além do mais, são transmissoras de tênias, que são parasitas que invadem o intestino.

O mais efetivo para combatê-las são as pipetas. Têm um inseticida que se coloca diretamente sobre a pele do gato na região da cruz e a sua ação dura aproximadamente um mês. Se for necessário tratar também o ambiente podem ser utilizados aerossóis com uma combinação de inseticida e reguladores do crescimento dos insetos para controlar todas as etapas de desenvolvimento das pulgas.

Piolhos

Os piolhos são outros insetos que provocam doenças na pele em gatos. É muito pouco frequente e também provoca comichão. São combatidos com champôs especiais e não é necessário tratar o meio ambiente porque não fazem nele nenhuma etapa do seu ciclo vital. O contágio é direto por contato com outro animal infestado.

Sarna felina

A sarna felina é provocada por um ácaro (Notoedres cati o Cheyletiella) que vive dentro da pelo do animal. Cava túneis debaixo da derme e isto provoca uma comichão muito intensa. Há outro ácaro (Otodectes cynotis) que parasita apenas ou ouvidos. Os gatos se fazem extensas lesões com as unhas na zona da cabeça e das orelhas. Para eliminá-los se utilizam banhos, cremes ou medicamentos injetáveis que o teu veterinário indicar-te-á. Estes ácaros que provocam as doenças da pele nos gatos também podem ser transmitidos para as pessoas. Nelas observam-se pápulas e uma comichão importante que aumenta com o calor. Utilizam-se cremes para o tratamento e no geral não se produzem lesões sérias.

Dermatofitose

São micoses frequentemente dos gatos produzidas por fungos, principalmente Microsporum canis. Parasita os folículos pilosos e carcome os pelos por dentro, deixando-os frágeis e quebradiços. O pelo que cai deixa depilações (alopecia) características de forma redonda que se estendem a diferentes partes do corpo. Nos gatos não se observa comichão nem inflamação da pele. As micoses são doenças da pele nos gatos sumamente contagiosa e a contaminação dos animais saudáveis acontece por contato com fragmentos de pelos parasitados. Esses pelos estão no animal doente, mas também no meio ambiente (sobrevivem vários meses), por tanto o contágio pode ser indireto, sem ter contato com o gato doente.

O tratamento dos gatos infestados se realiza com um antifúngico em comprimidos e outro em forma de creme ou loção durante pelo menos 6 semanas. Em caso de animais muito afetados existe uma vacina que ajuda muito a combater a doença. Também é útil em caso de muitos gatos em um mesmo lugar, pois nesses casos é muito difícil evitar que a micose se dissemine. Para limpar o ambiente é necessário usar um aspirador para eliminar todos os pelos soltos em tapetes, sofás, camas, almofadas, etc. Onde for possível, usar lixívia como desinfetante. Nos Estados Unidos costumam tosquiar completamente o pelo do animal afetado para evitar o contágio dos demais quando a doença se apresenta em criadores, refúgios ou lugares onde há muitos gatos.

Esta doença da pele nos gatos é muito contagiosa também para os cães, herbívoros e para as pessoas. Na pele das pessoas observam-se lesões redondas, brancas, muito pruriginosas e inflamadas que, se não se tratam, se estendem pelo corpo. Para curá-la são utilizados cremes com fungicida.

Recorda sempre que não deves utilizar medicamentos para cães ou pessoas em gatos. Sempre consulta com o teu veterinário, pois os gatos não metabolizam muitas drogas e podem sofrer intoxicações graves, às vezes até mortais se for administrada uma droga incorreta.


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