As moscas, dípteros, da classe inseto, podem ser transmissores ou hóspedes de muitos agentes patógenos como vírus, parasitas ou protozoários.
O seus efeitos sobre a pele são variáveis já que alguns animais são menos susceptíveis ou atrativos para as moscas que outros.
Estas podem produzir dermatite, que é a inflamação da pele com a consequente picada, que começa com uma mancha ao redor do ponto sangrante ou provocar uma miíase.
As miíase são os ovos das moscas em uma ferida húmida, que drena, com a pele caída ou mantos molhados com a urina. As moscas da família Calliphoridae e Sarcophagidae são as mais comuns nas miíase dos animais pequenos. As larvas encontradas nestas feridas são muito destrutivas e produzem lesões extensas com orifícios redondos “perfurados” na pele que se une formando feridas maiores.
As larvas podem estar localizadas por baixo da pele ou nos tecidos e geralmente se localizam ao redor do nariz, olhos, boca, ânus e genitais ou adjacentes às feridas descuidadas.
As miíase quase sempre são o resultado da negligência.
O tratamento baseia-se na limpeza da ferida com o rasurado da zona. Deve aplicar-se iodopovidona e as larvas devem ser extraídas manualmente com uma pinça evitando que se rompam ao retirá-las.
Uma vez que a ferida estiver limpa deve aplicar-se um antibiótico local e no resto da pelagem se deve pulverizar um produto inseticida. No mercado há vários de diferentes marcas, de fácil aplicação e muito efetivos.
É necessária a atenção diária da ferida para evitar a injeção da mesma e o paciente deve hospedar-se, enquanto se realiza o tratamento, em um lugar livre de insetos ou um sítio com mosquiteiro.
No geral a cicatrização é rápida se for controlada a limpeza da zona, mas sempre deve indagar-se a causa que a originou.
Muito animais têm incontinência urinária, fecal, lacrimejo constante, salivação, ou dermatose nas dobras que são as que mantêm húmida a pele e se não forem tratadas a miíase pode voltar.
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