Raiva em cães

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A raiva é uma doença viral mortal que pode afetar muitos animais, entre eles cães e gatos, e também os humanos. É transmitida através da mordida de um animal infetado; por isso é tão importante a vacinação, porque com ela o teu cão estará totalmente protegido. Além do mais, a vacina da raiva em cães é obrigatória. 

O que é a raiva?

A raiva é uma doença zoonótica praticamente erradicada em Portugal nos animais domésticos, mas não em animais selvagens. Contudo, foi um grave problema de saúde na década dos 50, por isso a vacinação segue sendo obrigatória por lei. O vírus existe em praticamente todas as partes do mundo, por isso é muito importante a sua prevenção.

Trata-se de um vírus na saliva infetada que se transmite através de uma mordida ou pelo contato da saliva com as mucosas ou uma ferida aberta; também pode contagiar-se mediante arranhões. O vírus viaja até o cérebro, afetando o sistema nervoso central, e volta à boca penetrando nas glândulas salivares e distribuindo-se pelo corpo inteiro do animal.

O período de incubação da raiva em cães é variado; mas costuma ser entre duas semanas e dois meses, pode produzir-se em apenas 7 dias ou estender-se pelo ano todo. O avanço da doença depende, em grande medida de onde tiver acontecido a mordida: quanto mais perto do sistema nervoso central, mais rápida será a propagação; quanto mais longo, mais demorado será o período de incubação.

Pode ser transmitida por animais como os morcegos, furões, raposa, gambás e outros mamíferos como as vacas e ovelhas. É rara a transmissão por roedores. 

Sintomas da raiva em cães

Os sintomas da raiva canina afetam principalmente o sistema nervoso central e o cérebro, mas nem sempre são os mesmos. Os animais com raiva têm um comportamento agressivo. O vírus acumula-se em grandes quantidades nas glândulas salivares, provocando um característico excesso de salivação. A doença também pode causa febre, vômitos, debilidade, nervosismo e convulsões.

A doença passa por diferentes fases, segundo o vírus for pelo corpo:

  • Incubação. A primeira fase, como já comentamos, pode durar uma semana ou vários meses. Neste primeiro tramo não aparecem sintomas.
  • Fase prodrómica. Com uma duração de entre dois e dez dias. Podem apreciar-se sutis mudanças no comportamento como uma menor interação, menos atividade e poderás ter a sensação de que está ausente. Os cães podem ficar mais assustadiços ou sensíveis ao entorno ou aos estímulos. Além do mais, podem começar a morder na zona por onde entrou o vírus.
  • Fase agressiva ou de encefalite aguda. Esta fase é a mais perigosa já que o cão tem um comportamento muito violento. Está nervoso, irritável, desorientado e não duvidará em morder qualquer coisa ou pessoa que passar pela frente. Também pode ser percebido um aumento da salivação e tensão nos músculos da cara.
  • Fase parálise ou de encefalite rábica. Acontece uma parálise dos músculos da garganta e da mandíbula, o que não lhe permite fechar a boca nem engolir a saliva. Consequentemente, o cão baba e deita espuma pela boca. Mais tarde termina por perder o controlo do movimento sofrendo espasmos, colapso e, em menos de 48h, morre a causa de uma insuficiência respiratória.

Os sintomas da raiva em cães acontecem pela inflamação do cérebro (encefalite) e às vezes apenas vemos a última fase da doença.

Vacina contra a raiva para cães

É importante enfatizar que não existe nenhum tratamento nem cura para a raiva nos cães e que está totalmente proibido, por isso é imprescindível a vacinação. Se um cão não vacinado for mordido por um animal infetado, terá que passar uma quarentena de seis meses ou, diretamente, ser sacrificado. No caso de infestação em humanos, o prognóstico é muito mau.

A vacina da raiva protege os cães desta doença mortal desde cachorros, e é necessário vaciná-los unicamente uma vez por ano.

Se um animal selvagem tiver mordido o teu cão existe a possibilidade de contrair a raiva, mas se estiver vacinado é muito pouco provável. Limpar rápido e profundamente a ferida é muito importante para reduzir o risco de transmissão. Limpa qualquer ferida ou arranhão com água, sabão e algum antisséptico.  O melhor é evitar o contato do teu cão com animais silvestres para evitar riscos.

Ante qualquer dúvida ou suspeita de raiva em cães, visita imediatamente o veterinário para que examine o teu cãozinho.

SOBRE O AUTOR

Miriam Zazo

Ajudante Técnico Veterinário especializada em etologia canina. Tiendanimal me permite trabalhar no que mais me apaixona: o mundo animal. Consigo conciliar o meu trabalho com voluntariados em protetoras, santuários, reservas e qualquer evento ou atividade relacionada. Tenho participado de diversos seminários e cursos relacionados com a educação canina, as aves, a primatologia e muito mais. Desfruto a aprender cada dia mais destes incríveis companheiros com os que temos a sorte de conviver.

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